A YARA Brasil Fertilizantes integra o grupo de origem norueguesa YARA International ASA, que atua no segmento agrícola desde a sua fundação, em 1905. Presente em mais de 60 países de todos os continentes, registrou em 2020 um faturamento global da ordem de US$13 bilhões, dos quais pouco mais de US$ 6 bilhões foram oriundos das operações nas Américas.
Um dos quatro complexos industriais que a YARA possui no Brasil está localizado no município de Rio Grande - RS, no maior complexo portuário de RS onde a companhia também tem píer próprio. Este site supre a demanda dos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, além do Mato Grosso do Sul e parte do Paraguai. A produção no local é composta por fertilizantes fosfatados, como os superfosfatos simples (SSP), além dos fertilizantes à base de NPK (nitrogênio, fósforo e potássio) no mesmo grão.
Com a aquisição de duas plantas de fertilizantes na região próxima a este site, o complexo do Rio Grande passou a ser composto por 3 instalações industriais: RIG1, RIG2, RIG3 e um centro logístico para caminhões, chamado de RIG4. Em 2017, a YARA deu início ao Projeto Consolidation, com o objetivo de viabilizar a integração das RIGs e melhorar significativamente as operações da empresa no Brasil. Como o complexo não podia parar, o Consolidation foi escalonado em quatro fases: desenvolvimento do projeto, implementação, configuração e validação das redes Ethernet. “Desenvolvemos uma estratégia para consolidar as operações de Rio Grande em uma única unidade, visando também a aumentar a capacidade de fabricação e mistura de fertilizantes, incluindo a automatização do processo de ensacamento. A expansão também possibilitará o acompanhamento da crescente demanda do mercado e tornará a YARA mais competitiva”, afirma Stefani Stival, especialista de Projetos Sênior da YARA. Ele destaca que um dos maiores desafios do projeto Consolidation são construções em áreas Greenfield e Brownfield, estas últimas envolvendo a necessidade de integração com as instalações existentes em operação.
O projeto consistiu em instalar:
- 2 novas linhas de acidulação com capacidade de 75tph cada e uma nova estação de moagem e transporte pneumático de rocha fosfática
- Uma nova linha de granulação de NP/NPK com capacidade de 95tph (contemplando uma nova unidade de utilidade e etel)
- 4 novas linhas de mistura horizontais de fertilizantes com capacidade de 240t/h
- Revamp de uma linha de mistura vertical de fertilizantes com capacidade de 90t/h
- 7 novas máquinas de envaze de fertilizantes BIGBAG de 1t totalmente automatizadas com capacidade de 110t/h cada
- 2 novas máquinas de envase de fertilizantes FFS 50kg/25kg totalmente automatizadas com capacidade total de 110t/h
- Uma paletizadora com capacidade de palet ou paletless com capacidade de 110t/h
- 7 pontes rolantes de processo automatizadas para carregamento de bigbag nos caminhões
- Um sistema de carregamento de caminhão para pallets ou palletless autônomo
- 2 novos armazéns com capacidade de 210kt cada
- Um1 novo sistema de carregamento rodoviário de fertilizantes a granel
Escolha e benefícios
O executivo recorda que a Rockwell Automation foi a escolhida para parceira deste projeto “após um processo de Procurement, no qual fizemos a equalização técnica e comercial de todos os fornecedores envolvidos no processo.” A Rockwell Automation conseguiu apresentar uma solução técnica alinhada aos requisitos de projeto da YARA e ao orçamento da companhia. E o PlantPAx - plataforma de controle para indústrias de processo - foi o diferencial técnico da Rockwell Automation. “Dentro da Yara, foi a primeira vez que utilizamos um software de gerenciamento batch de mercado. Acredito que somos pioneiros na América Latina em adotar esta solução. Anteriormente, em nossos projetos aplicados a RIG, todas as soluções eram customizadas e dedicadas. Com a plataforma DCS PlantPAx e o software FactoryTalk Batch, conseguimos padronização no desenvolvimento, rastreabilidade de matéria-prima, software aberto, menor tempo de integração, rastreabilidade de cada equipamento envolvido no processo de mistura e flexibilidade em integrações futuras”, explica Stival. A YARA também contou com a Rockwell Automation para os serviços de desenvolvimento dos aplicativos de software e para serviços de campo (comissionamento, startup e operação assistida), apoiando, inclusive, fornecedores de sistemas periféricos a integrar seus equipamentos ao sistema de controle.
A Rockwell Automation implementou também uma solução MES para integração com o SAP da Yara, a qual trouxe ganhos, como acuracidade e democratização dos dados, além de otimizar o processo de controle de fluxo de caminhões e otimizar e automatizar o carregamento de dados no sistema de formulação do software FactoryTalk Batch. Ao mesmo tempo, a integração do MES com o sistema da Receita Federal consolida e apresenta à autoridade aduaneira todas as informações relativas a descarregamento de navios alfandegados do porto da unidade de RIG. “Com isto, temos uma operação transparente e totalmente digital”, afirma Stival.
Rede e capacitação
A YARA também investiu em um projeto de rede com uma base sólida e sem improvisações, o que permitiu à empresa conquistar o desempenho e a redundância atuais e não registrar, desde que entrou em operação, em 2018, qualquer diagnóstico relativo a problemas de rede. Além disso, frisa Stival, “o nível de cibersegurança implementado no projeto é altíssimo, pois isso é premissa para operarmos, com um time internacional da YARA que cuida especificamente de cibersegurança industrial, auditando e validando as arquiteturas implantadas.” Toda essa excelência operacional e redução de risco operacional se deu, entre outras coisas, graças à utilização de servidores da Rockwell Automation (IDCs – Industrial Data Centers), que abrigam o sistema de controle virtualizado, responsável pela operação da planta, e que estabelecem regras de segurança e políticas de acesso, visando a preservação da segurança da operação.
A capacitação, principalmente do pessoal de Manutenção e Operação “foi decisiva para a rápida entrada em operação das unidades do projeto Consolidação”, afirma Stefani. “Foi um salto no desenvolvimento das pessoas nos últimos anos e a parceria com a Rockwell Automation ajudou bastante os operadores a entenderem os benefícios das novas tecnologias e os objetivos que poderiam ser alcançados por meio delas”.
Com o projeto finalizado, a Yara concentrará suas operações de RIG em um grande site, com unidades de recebimento de matéria-prima por píer privativo, unidades de moagem, acidulação e granulação e pela parte de estocagem, mistura, ensaques e logística. Com a entrada total em operação, o volume de granulação de fertilizantes será de 1,2 milhão de toneladas por ano e a capacidade da parte de distribuição, mistura e ensaque será de 2,5 milhões de toneladas/ano.